terça-feira, 14 de junho de 2011

Relacionamentos amorosos

Tenho verificado que, no meu círculo de conhecimentos e amizades, quando terminam relacionamentos amorosos, em especial os longos, um dos elementos do casal recorre a mim como confidente. Talvez seja pela experiência que tive e a forma como a ultrapassei. Talvez seja por outro factor qualquer que desconheço.


A verdade é que apenas um grupo muito restrito de pessoas sabe o que realmente aconteceu, os restantes sabem praticamente o mesmo que quem lê o meu blogue: casei-me em 2007, separei-me em 2008 e finalmente divorciei-me em 2009.



De todos os relacionamentos amorosos existem bons e maus momentos, se bem que quando se termina a relação, a tendência é apenas para recordar os momentos menos bons. Geralmente é a descrição destes momentos que me é relatada vezes sem conta, como forma de catarse. Tenho ouvido histórias de arrepiar e que me deixam a pensar que existe gente muito maldosa e ruim por aí.



A minha posição limita-se quase sempre a ouvir, questionando certos aspectos por causa da minha formação profissional e a maior parte dos meus conselhos são de índole jurídica. Não tenho o hábito nem a vontade de me imiscuir nos sentimentos dos outros e no seu processo de recuperação e luto, pelo que a minha intervenção se limita a tentar fazer com que a pessoa se aperceba do que quer para o presente e futuro.



Há uns meses dei apoio a uma amiga que muito o necessitou. Foram muitas horas passadas em conversas com ela, a ouvir histórias escabrosas do que tinha sido o seu casamento. Dei-lhe o apoio e consolo necessários até que finalmente ela respondeu à minha pergunta que determina a mudança: se queria continuar casada com ele, se ele se arrependesse, se ela voltaria para ele. A resposta foi veementemente negativa e ofereci-me (gratuitamente e apenas por amizade) para ser a sua mandatária no processo de divórcio. Entretanto mudei-me para a capital e o nosso contacto diminuiu. Este fim-de-semana liguei-lhe para uma noite de diversão, ela anuiu e disse que me ligaria quando já estivesse nas galerias. Quando me dirigia a pé para o bar da moda do Porto, vi-a. Mas não ia sozinha, ia de braço dado com o marido. Fiquei espantada com o que vi.



Questiono-me sobre o que faz uma pessoa vítima de abusos, voltar para o abusador. Não entendo como é que alguém que foi tão miseravelmente infeliz consegue perdoar e esquecer todos os maus tratos, insultos, abusos e infelicidade. É algo superior à minha compreensão. Ainda estou estupefacta.

5 comentários:

.:GM:. disse...

A psicologia explica. Mas nós n somos psicólogos. E por isso continuaremos sem compreender.

Bibendum disse...

estou contigo....Tal e qual...

Ísis disse...

Não entendo também. Acho sempre que, são pessoas que têm uma baixa auto-estima e que preferem o "nada" que têm do que arriscarem.

Girls' Things disse...

Também não consigo encaixar. :(

Dylan disse...

A Isis tem razão. É de facto a falta de auto-estima e dependência do "outro/a".