Os primeiros natais de que me lembro eram passados em casa da minha avó em Meirinhos, sempre com a família presente à volta da lareira. Era costume os meus primos, a minha irmã e eu fazermos um teatro de Natal e como eu era a mais pequena, geralmente era o menino Jesus. Era uma parte muito divertida, principalmente pelas roupas que vestíamos (camisas de dormir e combinações das nossas mães e avós). Nessa altura era o menino Jesus que trazia as prendas, apesar de eu as ter visto a serem arrumadas na mala da carrinha do meu pai (enfim...).
Desses tempos também me recordo das viagens intermináveis, dos enjoos, da visita à minha família paterna em Povolide, das fritas que trazíamos, do frio, da expectativa da chegada.
Na consoada nunca faltaram o bacalhau, o polvo frito e cozido, os bolinhos de bacalhau, as couves, as batatas e cebolas roxas (por serem cozidas com o polvo), o arroz de couves, a aletria, os milhos, as fritas, as rabanadas, o bolo rei, os frutos secos, as rosquilhas. Com o tempo foram aparecendo algumas variantes como bolo de bolacha, tiramisu, bolo rei só de frutos secos, algumas permaneceram outras nem por isso...
Até há pouco tempo todos os natais foram lá passados, com mais ou menos família presente. Mas agora mudaram para sempre, a família aumentou, assim como a disponibilidade para estar com todos os que nos são chegados.
Amanhã de madrugada iremos para o Porto, como não sei se voltar aqui antes do Natal desejo-vos um Santo e Feliz Natal. E já agora nunca desistam de um sonho. Se não houver numa pastelaria, vão a outra (é a piadinha deste ano!).