(imagem retirada da net)
Desde que me licenciei que não andava de forma contínua e reiterada de autocarro. As pessoas que andam de autocarro são muito diferentes das que andam de metro. Todos os dias ando de metro e de autocarro. Já conheço de vista algumas pessoas e alguns hábitos.
A principal característica é o facto de não conhecerem o significado de banho diário, seja a que hora for, o cheiro a "gente" faz-se sentir. Mesmo assim, quem anda de autocarro não gosta das janelas abertas, já assisti a inúmeras discussões sobre o ar que vem da janela aberta provocar constipações e demais doenças. Supostamente agora os autocarros têm ar condicionado, mas eu nunca o senti, os condutores devem-no desligar assim que me vêm na paragem a esticar o braço para que o bus pare.
Uma grande parte de quem tem telemóvel que permita ouvir mp3, tem uma vontade imensa de transmitir os seus gostos musicais aos restantes viajantes, suponho que não conhecerão o que são auscultadores. Que saudades que tenho de olhar para as pessoas no metro com os fiozinhos brancos dos phones.
É interessante verificar que os senhores de idade gostam de passear, especialmente nas linhas de autocarro que os conduzem até à praia. Gostam de falar da vida deles, dos vizinhos e de quem não conhecem. Invariavelmente para eles, a juventude de hoje não é como a do tempo deles...
Nos últimos dias tenho assistido a alguns acontecimentos que revelam o verdadeiro povo português:
Hoje sentada ao meu lado ia uma senhora a rezar baixinho a ladínha a Santa Rita de Cássia, terminou-a a fazer o credo em cruz e a beijar três vezes a pagela onde leu a ladaínha. O povo português é religioso.
Ontem às 9:20 da manhã, uma senhora, com o autocarro meio cheio, tirou do seu saco plástico o desodorizante em spray da Rexona, levantou a t-shirt e deu umas sprayadas para os sovacos, deixando um cheiro pestilento em redor dela. O povo português, apesar de não tomar banho todos os dias, gosta de se perfumar para esconder os odores.
Ontem o senhor de idade que ia sentado ao meu lado meteu conversa com toda a gente em redor, como eu não costumo alinhar neste tipo de trocas da vida privada, ficou nitidamente um pouco desiludido. O povo português é naturalmente coscuvilheiro.
Mais acontecimentos sucederão sempre que entrar num autocarro, os dignos de nota irei partilhar convosco!
Desde que me licenciei que não andava de forma contínua e reiterada de autocarro. As pessoas que andam de autocarro são muito diferentes das que andam de metro. Todos os dias ando de metro e de autocarro. Já conheço de vista algumas pessoas e alguns hábitos.
A principal característica é o facto de não conhecerem o significado de banho diário, seja a que hora for, o cheiro a "gente" faz-se sentir. Mesmo assim, quem anda de autocarro não gosta das janelas abertas, já assisti a inúmeras discussões sobre o ar que vem da janela aberta provocar constipações e demais doenças. Supostamente agora os autocarros têm ar condicionado, mas eu nunca o senti, os condutores devem-no desligar assim que me vêm na paragem a esticar o braço para que o bus pare.
Uma grande parte de quem tem telemóvel que permita ouvir mp3, tem uma vontade imensa de transmitir os seus gostos musicais aos restantes viajantes, suponho que não conhecerão o que são auscultadores. Que saudades que tenho de olhar para as pessoas no metro com os fiozinhos brancos dos phones.
É interessante verificar que os senhores de idade gostam de passear, especialmente nas linhas de autocarro que os conduzem até à praia. Gostam de falar da vida deles, dos vizinhos e de quem não conhecem. Invariavelmente para eles, a juventude de hoje não é como a do tempo deles...
Nos últimos dias tenho assistido a alguns acontecimentos que revelam o verdadeiro povo português:
Hoje sentada ao meu lado ia uma senhora a rezar baixinho a ladínha a Santa Rita de Cássia, terminou-a a fazer o credo em cruz e a beijar três vezes a pagela onde leu a ladaínha. O povo português é religioso.
Ontem às 9:20 da manhã, uma senhora, com o autocarro meio cheio, tirou do seu saco plástico o desodorizante em spray da Rexona, levantou a t-shirt e deu umas sprayadas para os sovacos, deixando um cheiro pestilento em redor dela. O povo português, apesar de não tomar banho todos os dias, gosta de se perfumar para esconder os odores.
Ontem o senhor de idade que ia sentado ao meu lado meteu conversa com toda a gente em redor, como eu não costumo alinhar neste tipo de trocas da vida privada, ficou nitidamente um pouco desiludido. O povo português é naturalmente coscuvilheiro.
Mais acontecimentos sucederão sempre que entrar num autocarro, os dignos de nota irei partilhar convosco!
Eu ando de metro quase todos os dias... mas há anos que não entro num autocarro!
ResponderEliminarTenho uma amiga que também me diz que a 'fauna' do autocarro nada tem a ver com a do metro... se bem que pelo menos no que diz respeito à falta de banhinho oencontro, pelo teu post, muitas semelhanças.
E o que me ri com a Rexona-woman!
Abraço.
Bem vinda ao mundo maravilhoso dos transportes públicos.
ResponderEliminarDeixo duas questões para a Citra pensar!Será tudo mau no autocarro?!Não será possível ver nada de bom no "povo", digno de registo?
ResponderEliminare o povo poertuguês também é muito mal-educadinho...
ResponderEliminarPercorri caminhos em autocarros durante toda a gravidez... e o que eu passava, para que a velhinha fofa que ia sentada no lugar que me pertencia por direito, se levantasse para me sentar eu...
Beijinhos, C!
Anónimo: a resposta está no novo post
ResponderEliminar